A adolescente Hayley Kincain e o pai, Andy, passaram cinco anos viajando de caminhão, fugindo das lembranças que os assombram. Agora, estão de volta à cidade natal de Andy para tentar levar uma vida “normal”, mas os horrores que ele testemunhou na guerra ameaçam destruir a existência de pai e filha. De mãos e pés atados, Hayley é obrigada a vê-lo ser lentamente derrotado pela depressão, e se entregar às drogas e à bebida para calar os demônios interiores. É então que seu próprio passado vem à tona, e o presente se estilhaça... anunciando um futuro totalmente incerto.
O que você deve fazer para proteger a vida de seu pai quando a morte o está rondando? Que atitude tomar quando os papéis de pai e filha se invertem? E o que acontece quando aquele garoto encantador e divertido entra no seu mundo sem pedir licença e, pela primeira vez, você se vê pensando no futuro?
Atual, surpreendente, irresistível, A impossível faca da memória é Laurie Halse Anderson no seu auge.
Recebi a indicação desse livro em um grupo de leitoras lá no Facebook. Eu nunca havia ouvido falar sobre A impossível faca da memória e a capa, convenhamos, não é algo que me chamaria a atenção de imediato. Mas como sou apaixonada por young adult, imaginei que a leitura poderia valer sim a pena e me arrisquei. E foi uma das melhores coisas que eu fiz.
Com muita emoção e maturidade, Laurie Anderson conta a história de Hayley, uma adolescente de 17 anos que está no último ano do ensino médio. Nada diferente até aí. Só que por detrás de toda fachada de indiferença que Hayley demonstra para com a escola e os professores, existe uma garota que luta todos os dias para acordar e ver o pai vivo.
O pai de Hayley é um veterano de guerra que sofre de estresse pós-traumático e depressão. Para lidar com a dor, ele acaba bebendo e se drogando até esquecer quem é e o que está fazendo. Esse comportamento está levando ele para o buraco, assim como a sua filha, que agora precisa cuidar do pai. Os papéis se inverteram e Hayley já não aguenta mais a rotina a qual foi obrigada a viver.
A impossível faca da memória é um livro tocante, que fala sobre o leito familiar de uma forma bem crua, mas com uma sutileza tão apaixonante que é impossível não se sentir impactado pela obra. Hayley não é uma personagem fácil de gostar. Ela tem suas extravagâncias, uma mania de adoentar o mundo a sua volta que me irritava, o típico de personagens adolescentes que estão de saco cheio de tudo. Mas como pessoa ela é tão forte, tão perspicaz e tão centrada em sua ideia de proteger o pai que o leitor sente a necessidade de abraçá-la, de acolhê-la e ajudá-la. Hayley não tem boas experiências, e as que a fizeram feliz no passado, ela prefere esconder a relembrar. Uma garota de apenas dezessete anos que acabou colocando o pai no colo, dando atenção, proteção, enquanto o mesmo desistiu de lutar.
O pai de Hayley é um homem complicado. Entendemos seus problemas, sua dor e sua dificuldade, mas ao mesmo tempo queremos que o homem se erga, que siga em frente e tome as rédeas da sua vida. A forma como ele trata Hayley é muito triste. Não porque ele é agressivo com ela, mas ver uma adolescente se sujeitando a tanta coisa por causa do pai que não sabe se controlar causa um aperto no nosso coração. A linha entre a lucidez e a escuridão é muito tênue. Estava já imaginando o momento que fosse ver o pai de Hayley desmoronar mais uma vez, e dessa vez para sempre.
E se você imaginou que iríamos ter um romance, ele também está presente aqui. Finn surge na vida de Hayley de uma forma bem simples, mas que aos poucos começa a se fazer muito presente. Apesar de não ser o foco, é legal ver o desenvolvimento dos sentimentos entre eles. É tão natural e tão contundente que ficamos apaixonados vendo esse novo casal se formar. De alguma forma a adolescente tão madura acaba se tornando somente mais uma garota apaixonada desesperada para encontrar o gatinho da escola. Foi muito legal essa nuance porque traz uma leveza aos sentimentos mais duros e profundos da personagem.
O livro é forte, mas de uma forma tão delicada... Laurie escreve com maestria e nos toca surpreendentemente. É impossível terminar essa obra sem se sentir dilacerado, com aquela sensação de que algo nos falta. Lemos sobre depressão, relações familiares, estresse pós-traumático, abuso de álcool e drogas, amor, amizade, família e principalmente luta. Todos os dias de Hayley e seu pai são batalhas que precisam ser vencidas para que eles consigam dar um passo a frente no problema que tem. E nem todos os dias são fáceis... alguns os fazem voltar mais passos atrás ainda. Mas sempre há a esperança e é ela que rege essa história.
Esse livro foi maravilhoso e um tanto. Só não dei nota máxima porque não consegui gostar 100% dos personagens. Eles tem milhões de defeitos e suas ações me deixavam deveras irritada. Mas é um livro sensível e que precisa ser lido pelas pessoas e por você. Dê uma chance a obra, tenho certeza que você pode se surpreender.
O pai de Hayley é um homem complicado. Entendemos seus problemas, sua dor e sua dificuldade, mas ao mesmo tempo queremos que o homem se erga, que siga em frente e tome as rédeas da sua vida. A forma como ele trata Hayley é muito triste. Não porque ele é agressivo com ela, mas ver uma adolescente se sujeitando a tanta coisa por causa do pai que não sabe se controlar causa um aperto no nosso coração. A linha entre a lucidez e a escuridão é muito tênue. Estava já imaginando o momento que fosse ver o pai de Hayley desmoronar mais uma vez, e dessa vez para sempre.
E se você imaginou que iríamos ter um romance, ele também está presente aqui. Finn surge na vida de Hayley de uma forma bem simples, mas que aos poucos começa a se fazer muito presente. Apesar de não ser o foco, é legal ver o desenvolvimento dos sentimentos entre eles. É tão natural e tão contundente que ficamos apaixonados vendo esse novo casal se formar. De alguma forma a adolescente tão madura acaba se tornando somente mais uma garota apaixonada desesperada para encontrar o gatinho da escola. Foi muito legal essa nuance porque traz uma leveza aos sentimentos mais duros e profundos da personagem.
O livro é forte, mas de uma forma tão delicada... Laurie escreve com maestria e nos toca surpreendentemente. É impossível terminar essa obra sem se sentir dilacerado, com aquela sensação de que algo nos falta. Lemos sobre depressão, relações familiares, estresse pós-traumático, abuso de álcool e drogas, amor, amizade, família e principalmente luta. Todos os dias de Hayley e seu pai são batalhas que precisam ser vencidas para que eles consigam dar um passo a frente no problema que tem. E nem todos os dias são fáceis... alguns os fazem voltar mais passos atrás ainda. Mas sempre há a esperança e é ela que rege essa história.
Esse livro foi maravilhoso e um tanto. Só não dei nota máxima porque não consegui gostar 100% dos personagens. Eles tem milhões de defeitos e suas ações me deixavam deveras irritada. Mas é um livro sensível e que precisa ser lido pelas pessoas e por você. Dê uma chance a obra, tenho certeza que você pode se surpreender.
A impossível faca da memória | 352 páginas | Editora Valentina | Nota: 4/5
Oi, Mi! Tudo bom?
ResponderExcluirA Laurie arrancou meu coração com Fale!, a sensibilidade da narrativa dessa mulher é coisa de outro mundo. Ainda não li esse, mas a Bibs leu e ficou apaixonada mais uma vez pela maneira suave com que ela abordou a história. Pretendo ler ainda esse ano!
Beijos,
Denise Flaibam.
www.queriaestarlendo.com.br
Oi, Denise
ExcluirEla comentou comigo que o livro era ótimo e realmente é. A autora fala com o coração e com muita emoção.
Oi Mi,
ResponderExcluirEu também não gosto dessa capa. Acho tão sem graça, tanto que também não dei atenção para a obra, PORÉM, você me vem com essa resenha e eu fico: COMO ASSIM?
Acho que vou chorar. Abordar temas mais difíceis de maneira crua, é bem impactante porque a gente está acostumado com uma romantização né?
Vou tentar achar no kindle.
beijos
http://estante-da-ale.blogspot.com
Oi, Ale
ExcluirEu acabei me surpreendendo porque essa obra é muito sensível, eu fiquei apaixonada e indico demais!
Uau Mi, eu ainda li nada da autora, mas ei que é excelente! Não sei se leria no momentos, preciso me sentir melhor, mas com certeza lerei depois e já sei que vou me emocionar!
ResponderExcluirBjs, Mi
O que tem na nossa estante
Oi, Mi
ExcluirAcho que li no momento certo e gostei bastante. Tomara que você leia e goste!
Acho que os personagens não serem perfeitos é justamente o que os humaniza um pouco mais porém eu sei bem como é isso. Estou lendo um livro que to amando mas que a personagem principal têm me dado nos nervos. Eu gostei da premissa do livro, parece realmente tocante e triste e fiquei interessada por saber mais sobre como trabalharam o romance na vida dela sendo que a garota em si estava vivendo tão a mercê do pai para cuidar dele. Acho que iria gostar muito de ler e ficar bem tocada.
ResponderExcluirAbraço,
Parágrafo Cult
Oi, Larissa
ExcluirSiiim, é isso que mais gosto! Eu gosto de me envolver com seus problemas e ver o desenvolvimento deles na história. Super indico.
Oi, Mi!
ResponderExcluirPelas resenhas que vi, esse livro parece ser bem forte e sensível ao mesmo tempo. Acho que nunca li nada que tenha um personagem veterano de guerra e seria bem interessante ver como esse estado afeta as pessoas ao seu redor.
Beijos
Balaio de Babados
Oi, Lu
ExcluirNem eu, geralmente evito esse tipo de enredo, mas eu gosto de questões familiares e adorei a obra.
Daqueles livros que a gente não daria nada pela capa, não é? A história parece ser tocante mesmo, só não sei se eu leria nesse momento.
ResponderExcluirBeijos
Oi, Anni
ExcluirAcho que você poderia dar uma chance, é um livro lindo e vale a pena.
Oi, Diane
ResponderExcluirEu fiquei bem impactada com essa obra. É uma obra linda e muito tocante, amei!
Olá, Miriã.
ResponderExcluirEu já li um livro da autora e fiquei impactada com a forma como ela descreve temas tão fortes de uma maneira tão natural. Eu não gosto dessa capa também, não chama muito a atenção, mas fiquei interessada no livro.
Prefácio