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Birthday Girl – Penelope Douglas | Resenha

JORDANEle me acolheu quando eu não tinha outro lugar para ficar.Ele não me usa, me magoa ou se esquece de mim. Ele não me trata como nada, não me despreza, ou me faz sentir insegura.Ele se lembra de mim, ri comigo e olha para mim. Ele me escuta, me protege e me enxerga. Sinto seus olhos em mim sobre a mesa do café da manhã, e meu coração dispara quando o ouço entrar na garagem depois do trabalho.Preciso parar isso. Não pode acontecer.Minha irmã me disse uma vez que, não existem homens bons, e se você encontrar um, ele provavelmente será comprometido.Só que o comprometido aqui não é Pike Lawson.Sou eu.
PIKEEu a acolhi porque pensei que estava ajudando.Ela prepararia algumas refeições e daria uma limpada na casa. Era um acordo simples.Com o passar dos dias, porém, está se tornando tudo, menos simples. Tenho que parar de pensar nela e de prender a respiração toda vez que nos esbarramos pela casa. Não posso tocá-la, e eu não deveria querer.Quanto mais me vejo cruzando o seu caminho, mais ela se torna parte de mim.Mas não estamos livres para ceder a essa atração. Ela tem dezenove anos e eu trinta e oito.E sou pai do namorado dela.Infelizmente, os dois acabaram de se mudar para a minha casa.

Se você assim como eu ainda não leu a sinopse ou parou na metade, tenho certeza que você vai se surpreender com esse enredo. Birthday Girl não é somente um livro de romance… é um livro mais adulto, que traz personagens diferentes e um dilema muito realista, mas pouco abordado. Um tema tabu. Curioso? Então se liga na resenha!

Jordan é uma garota de apenas dezenove anos que trabalha em um dos bares da pequena cidade onde vive. Depois de ter saído mais cedo do seu turno, e de não ter conseguido falar com seu namorado para que fosse buscá-la, ela resolve ir para o cinema da cidade passar o tempo. Está passando um filme dos anos 80, e Jordan é completamente apaixonada por qualquer coisa dessa época. Coincidentemente é também seu aniversário, e mesmo que ela queira comemorar de outro jeito, o filme é melhor do que ficar plantada esperando Cole chegar.
Pouco antes do filme começar, Jordan acaba deixando o celular cair no chão, e ele acaba rolando poucas fileiras a frente. Quando vai procurar, ela acaba esbarrando em um homem sentado na cadeira da frente. Tudo o que Jordan consegue perceber é que o homem é lindo, mas visivelmente mais velho. Ele a ajuda a encontrar o celular e como forma de agradecer, Jordan acaba sentando ao seu lado e ambos conversam.
O homem é muito interessante, divertido, mas um pouco reservado. Jordan sabiamente pensa que se não tivesse um namorado, facilmente conseguiria se deixar envolver por este homem. Mas ela tem namorado… então nada poderia acontecer de fato.

– E você? – sondo. – Alguma ideia de como quer que sua vida seja algum dia? Seu casamento, a cerimônia, o grande dia, o vestido perfeito…?
– Na verdade eu não ligo para a cerimônia – responde, olhando para a televisão. – Eu só quero a vida.

O filme acaba e assim que coloca os pés fora da sala, Jordan recebe uma ligação de Cole. Só que antes mesmo que consiga falar com ele, a ligação cai. Só que ela repete tanto o nome dele que acaba atraindo a atenção do homem com quem dividiu a sessão. E por pura coincidência do destino, o homem se apresenta como Pike Lawson, pai de Cole.
Pois é! Se você surtou com esse enredo de fanfic, imagina eu quando tava lendo e não estava esperando nada! É bem errado uma mulher se relacionar com o pai do namorado, mas o que realmente me interessou aqui foi o fato dela ter apenas dezenove anos e se apaixonar por um homem de trinta e oito. Entenda: são vidas completamente diferentes! Enquanto Pike já tem toda uma vida estruturada, Jordan ainda está dando seus primeiros passos.
E o palco de fundo para esse romance acontecer é a casa de Pike. Depois que a revelação é feita, ambos descobrem que Cole acabou se metendo em uma briga no apartamento que ele divide com Jordan, e além dele ter ido parar na delegacia, eles acabaram sendo despejados. Agora ambos precisam de outro lugar pra ficar, mas nenhum deles tem dinheiro suficiente, então acabam se hospedando na casa de Pike. 
Pois é! A tentação está logo aí, prontinha para dar merda. E se você entende de enredos assim, você sabe assim como eu que numa hora tudo vai estourar. Mesmo que você já possa estar revirando os olhos pro tipo de relação que ambos os personagens tem, eu já deixo claro o quanto a Penelope conseguiu pensar em tudo minimamente para encaixar todo o enredo no lugar. Não é simplesmente uma traição acontecendo (e dependendo do seu ponto de vista, nem traição é), são sentimentos sendo construídos, um desejo aflorando e muitas decisões a tomar.
Ajuda o fato de Cole ser um babaca e Pike ser um cara tão legal? Talvez esse subterfúgio seja muito tosco para embasar o relacionamento do pai com a nora, mas convenhamos que leitor nenhum aceitaria isso se a outra opção não fosse um escroto na relação. 
Pike é um homem comedido, que teve seus sonhos e aspirações mudadas drasticamente quando descobriu que seria pai aos dezoito anos. Desde então tudo o que ele fez foi em prol de Cole. E é por isso que ele se sente tão abalado com a atração que sente por Jordan. Por que independente do que queira, Cole sempre será sua escolha. Independente deles não terem uma boa relação, um pai sempre coloca os desejos de seu filho em primeiro lugar.
Ás vezes sentia que Pike tinha uns comentários muito antiquados e um tanto quanto machistas. Mas acho que foi proposital para deixar claro a diferença de idades entre ele e Jordan. Já a personagem também se mostra um pouco infantil e birrenta, então acredito que a autora colocou essas características de propósito nos personagens (se não foi isso, foi só mancada da autora então).
Eu amei esse casal! Juro, vocês não sabem o quanto que eu mergulhei no drama deles. No início o maior problema é o fato de Pike ser pai de Cole, mas depois de um tempo, começamos a perceber que o maior cerne da história é a diferença de idade entre ele e Jordan. Isso corrói muito os dois, principalmente Pike por achar que está prendendo Jordan de alguma forma, e olha que eu nem tô falando de todo o preconceito que existe da sociedade com esse tipo de casal. Eu namoro um homem de 40 anos e as pessoas sempre pensam “nossa, mas por que tão velho?”, como se o caráter e toda a essência da pessoa fosse definido por idade, sabe? Então eu me coloquei no papel de Jordan e senti todas as suas inseguranças e dores. E amei mais ainda a Penelope por ter trago uma história tão real e tão envolvente assim.
Jordan é necessitada de carinho e atenção e querendo ou não Pike é a pessoa que está disposta a dar tudo isso a ela. Então sim! Mesmo que muitos não gostem do enredo ou revirem os olhos pra história de fanfic, eu amei essa obra, amei os personagens, toda a situação que me deixou agoniada, todo o desenvolvimento! Só não dei nota máxima pelos comentários idiotas que o Pike soltava de vez em quanto. Mesmo assim é uma obra que eu super mega indico pra quem gosta de romances e quer ler algo mais impactante, mas igualmente sensual.

Birthday Girl | 375 páginas | Editora The Gift Box | Nota: 4,5/5

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7 comments on “Birthday Girl – Penelope Douglas | Resenha

  1. Gente! Eu não esperava o enredo do livro, pela capa e título. Não sou de ler sinopses também, então a resenha me pegou de surpresa (imagina o livro!). Gosto de assuntos tabu em livro quando são bem trabalhados e não 100% romantizados… esse livro já ficou na minha mente pela sua resenha, já vou ficar atenta pra ler quando der! Haha
    Beijos
    renatavarelaescreve.blogspot.com

  2. Olá, Miriã.
    Eu não leria esse livro. Não entra na minha cabeça a garota indo morar com o namorado sabendo que já se sentia atraída pelo pai. Nem li mas já acho traição. E se o namorado é escroto porque tá namorando então?

    Prefácio

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