Uma loucura e nada mais - Mary Balogh | Resenha

TERCEIRO VOLUME DA SÉRIE CLUBE DOS SOBREVIVENTES.
Mary Balogh já vendeu mais de 100 mil exemplares pela Arqueiro e é presença constante na lista de mais vendidos do The New York Times.
Depois de sobreviver às guerras napoleônicas, Sir Benedict Harper está lutando para seguir em frente e retomar as rédeas de sua vida. O que ele nunca imaginou era que essa esperança viesse na forma de uma bela mulher, que também já teve sua parcela de sofrimento.
Após a morte do marido, Samantha McKay está à mercê dos sogros opressores, até que planeja uma fuga para o distante País de Gales para reivindicar uma casa que herdou. Como o cavalheiro que é, Ben insiste em acompanhá-la em sua jornada.
Ben deseja Samantha tanto quanto ela o deseja, mas tenta ser prudente. Afinal, o que uma alma ferida pode oferecer a uma mulher? Já Samantha está disposta a ir aonde o destino a levar, a deixar para trás o convívio com a alta sociedade e até mesmo a propriedade que é sua por direito, por esse...
E trouxe mais uma resenha de romance de época para vocês! Aguentem porque ainda falta alguns livros pra desencalhar, e Uma loucura e nada mais estava esperando aqui desde a BF do ano passado. Então depois de postergar por meses, enfim fiz a leitura do terceiro livro da série Clube dos Sobreviventes, dessa vez contando a história do Benedict Harper.

Bem, a série Clube dos Sobreviventes é sobre sete amigos que tiveram suas vidas mudadas por causa da guerras napoleônicas, alguns por terem participado de batalhas e outros por terem sido influenciados por elas. O primeiro conta a história de Hugo (Uma proposta e nada mais), que foi um general que acabou ficando louco e o segundo é sobre Vicent (Um acordo e nada mais) que acabou ficando cego em sua primeira batalha. Agora temos a história de Benedict, que acabou tendo suas pernas esmagadas por um cavalo que caiu em cima dele. Desde o primeiro livro sabemos que para Ben lidar com sua nova condição é bem difícil, mas ele sempre tem bom humor e esperança de que possa voltar a andar, e fazer o que mais quer: dançar.

Só que agora Ben está mais conformista com a ideia de nunca mais voltar a andar sem a ajuda de suas duas bengalas, e isso apesar de ser um alívio também é um pouco deprimente. É por isso que ele resolve partir para a casa da irmã Beatrice e ficar um tempo com ela, antes de tomar as rédeas de sua vida. E lá ele conhece a viúva Samantha McKay, viúva de um militar que acabou se ferindo na guerra. Durante cinco anos, Samantha se dedicou totalmente a cuidar do marido debilitado, e já faz quatro meses que seu martírio acabou. Só que depois de tanto tempo tendo sua vida e as noites privadas para cuidar de um moribundo, tudo o que Samantha menos quer agora é chafurdar em tristeza pela morte dele. Só que sua cunhada tem outras ideias, e por isso não deixa Samantha nem sair para uma caminhada quanto mais receber a visita de vizinhos. 
Quando ela resolve tomar as rédeas de sua vida e enfim sair das garras do pai e da irmã do ex-marido, Samantha se vê partindo para o País de Gales, onde descobre que possui uma pequena cabana. Lá ela poderia recomeçar e descobrir mais sobre sua herança galesa. Só que Benedict não suporta a ideia da jovem viúva partir em uma viagem tão perigosa sozinha, e por isso se oferece para acompanhá-la. Mas será que essa teria sido a melhor decisão?

Sempre gosto de comentar o quanto a escrita da Mary Balogh é diferente das demais autoras. Todas tem seu jeito peculiar de escrever, mas somente ela tem uma narrativa mais sóbria e muito mais madura. Definiria tudo como sério, mas não sei se é a palavra certa. É claro que todos seus livros tem cenas divertidas e momentos cômicos, mas Mary sempre traz reflexão e personagens diferentes e não convencionais em suas obras, o que me agrada e muito. Por ter uma série que fala de personagens que sobreviveram de alguma forma à guerras, é comum que vejamos isso muito mais. Nesse livro percebemos o quanto Ben está deprimido com sua realidade, e o fato de ter se tornado um visconde é algo que não lhe agrada, e o deixa em uma situação bem complicada. O fato é que ele sempre quis seguir carreira militar, e agora que essa possibilidade lhe foi tirada, ele não sabe bem o que fazer.
A alma jamais pode ser totalmente desnudada a outra pessoa, por maior que seja a amizade. 
O que eu percebi é que Ben e Samantha se parecem em muitas coisas, e a principal delas é não tomarem as próprias decisões. Eles ficam postergando o embate em prol do "bem comum" e acabam se colocando em posições ruins porque não conseguem falar o que querem, mas quando enfim tomam coragem para assumir riscos, vemos um crescimento latente nos personagens. Dizer que gostei deles é pouco! Eu fiquei completamente envolvida em seus dramas, suas inseguranças e em seus desenvolvimentos. Com toda certeza Mary me inseriu em sua história e eu me deixei levar, fiquei completamente apaixonada!
Também quero dançar. Às vezes é o que mais quero no mundo.
O legal dessa série é que as histórias acontecem em tempos paralelos. Enquanto a história de Benedict está rolando, a de Vicent está quase no fim. Não é necessariamente um livro começando após o término do outro, é mais como se todos começassem do mesmo ponto e tivessem desenvolvimentos diferentes.

Eu amo essa obra, amo essa autora e super indico os livros dela. Pra quem gosta de romances, a Mary é uma grande aposta.

Clube dos sobreviventes #3 | 272 páginas | Editora Arqueiro | Nota: 5/5

7 comments

  1. gosto bastante de histórias que acontecem paralelamente e de romances como esse, fiquei curiosa sim pra ler

    www.tofucolorido.com.br
    www.facebook.com/blogtofucolorido

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  2. Oi, Mi! Tudo bom?
    Ainda não consegui ler a Mary, mas tá na minha lista de autoras de época pra conhecer (e, se me conquistar, dar todo o meu dinheiro HUSAHUHAUSHSUAHUSA). Eu aaaamo histórias assim que desenvolvem o romance mas ele não é o pilar de tudo, só tá acontecendo junto com outras coisas.

    Beijos,
    Denise Flaibam.
    www.queriaestarlendo.com.br

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  3. Olá, Miriã.
    Eu adoro os livros da autora. Mas ainda não consegui começar essa série apesar de ter os livros aqui na estante. Fui comprando conforme foi lançando só por ser dela mesmo hehe. Eu ia comentar que estava tendo maratona de livros de época aqui hehe.

    Prefácio

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  4. Oi, Mika!
    Eu estou doida para ler os livros dessa série.
    Li da Balogh um ano passado, foi o Nove Regras a Ignorar Antes de Se Apaixonar, e amei.
    Tenho a mesma impressão sobre a escrita dela, que apesar de leve e com momentos cômicos, é um pouco mais séria do que outras do gênero. E isso é bacana, porque é um diferencial da autora.
    Não sabia que essa série era sobre amigos que sobreviveram a guerras napoleônicas. Muito legal e diferente.
    E adorei que os livros não necessariamente começam quando o outro terminar.

    Beijooos

    Teca Machado
    www.casosacasoselivros.com

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    Respostas
    1. Oi, Teca
      Essa que você tá falando deve ser a Sarah MacLean, porque esse livro é dela. Acho que você se confundiu, mas eu adoro as duas!

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  5. Oi Mi, eu adoro as obras da Mary e realmente ela escreve de um modo mais "maduro" as vezes tem uma grande gama de personagens.Quero muito ler esse livro e os demais dessa série dela que infelizmente ainda não tenho.
    Bjs
    https://eternamente-princesa.blogspot.com/

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  6. Menina eu quero muito ler algum livro dessa escritora! E agora com o que acabou de dizer sobre a escrita dela, é que quero mais ainda ler haha preciso ler um dos livros dela. Quem sabe eu comece com esses, porque venho me encantando com esse romance. É tocante imaginar a vida desses homens que estão debilitados de alguma forma.
    Eu amei a resenha, não gostei tanto dos personagens meio que não tomarem as próprias decisões, porque pode ser agoniante, mas dá pra relevar haha aliás, nem li, teria que ler pra ver se isso pode ser algo negativo mesmo pra mim.
    Mas gostei muito da resenha ^-^
    Beijos ^-^
    Jardim de Palavras

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