Chocolate quente às quintas-feiras é mais um livro da literatura de cura que eu li. Para quem não conhece, literatura de cura é um gênero literário que se passa em ambientes acolhedores e nos permite mergulhar no desenvolvimento dos personagens e nas relações humanas. "É uma leitura destinada a ser refúgio de um cotidiano de batalhas, e não para gerar grandes reflexões."
Eu já tinha lido um livro asiático nesse estilo no início do ano e eu confesso que não achei nada de mais, apesar de ter sido uma experiência interessante. Mas agora que eu sei qual é o intuito do gênero, nessa segunda experiência eu já fui com a mente aberta e tentando aproveitar mais a leitura.
Chocolate quente às quintas-feiras é narrado em capítulos curtos e traz a perspectiva de várias pessoas que tem um fio narrativo em comum. A história começa na pequena cafeteria Marble em Tókio no Japão. Ali um atendente admira em segredo uma das suas clientes recorrentes, aquela que sempre pede um chocolate quente às quintas-feiras. No capítulo seguinte conhecemos uma mãe que também frequenta o café e pela primeira vez vai passar os dias sozinha com o filho, sem a intervenção do marido. E assim a história dessas pessoas vai sendo contada a partir de uma ligação, mesmo que passageira, com a história anterior.
São histórias sensíveis, por mais simples que sejam e com diferentes personagens e perspectivas, que podem ou não podem nos cativar. A história dessa mãe que citei acima, por exemplo, foi uma das que mais gostei e que me tocou profundamente. Dava para você sentir o medo e as inseguranças dela se materializando ali, ao longo da narrativa. E eu acho interessante que mesmo esses livros não sendo o meu estilo de leitura, eu ainda consigo tirar proveito das histórias e refletir sobre quem estou conhecendo, e acho que esse é o ponto principal da literatura de cura. Você se sentir acolhido pelas histórias contadas ali.
O leitor fica entusiasmado para saber quem vai narrar o próximo capítulo e qual conexão essa pessoa teve com o capítulo anterior, e isso deixou a experiência mais legal para mim. Apesar disso, eu ainda acho que falta bastante desenvolvimento nesse tipo de história. É tão simples que chega a ser simples e superficial demais para o meu gosto. Mas eu entendo que isso vai de leitor para leitor. O importante são as lições e os proveitos que tiramos dessa história e personagens.
Ainda não chegou a ser o livro que me fez entender o grande apelo do gênero por aqui, mas foi melhor do que o primeiro contato que tive, porém, vou continuar lendo e tentando encontrar o livro que vai me fazer apaixonar pela literatura de cura. De todo mais, recomendo para quem quer ler algo diferente.
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Preciso ler esse livro! Depois que li Bem-Vindos a Livraria Hyunam-Dong, fiquei obcecada para conhecer outros livros "de cura", esse parece ser bom, e achei o título engraçado ><
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