Deve ter pelo menos uns meses que eu não lia nenhum romance nacional, e eu estava querendo muito voltar a ler algumas autoras nacionais que eu gosto muito. Depois de uma bela pesquisada na Amazon, optei por A fugitiva da Nana Pavoulih, e apesar de não ter surpreendido muito, foi uma boa forma de voltar os olhos para a literatura nacional.
Aqui acompanhamos a jornada da jovem Nicolly, que desde muito cedo foi moldada pela mãe narcisista a encontrar um marido rico para sustentá-las e viver no luxo. E foi exatamente isso que ela fez. O problema é que ela vive infeliz e tudo piora quando o marido bate nela pela primeira vez. Cansada da situação, Nicolly resolve forjar a própria morte e partir em busca de um recomeço.
Adotando o nome Maria de Deus, ela sai do Rio de Janeiro e vai parar em uma cidade do interior de Santa Catarina. A cidade rural tem poucos habitantes e isso atende muito bem o seu objetivo, passar despercebida. E é lá que ela conhece Emanuel, um homem grande e muito tímido que precisa de ajuda para cuidar do sítio onde ele vive com a avó.
Apesar de não saber nada sobre cuidar de um sítio, Maria precisa de um emprego e por isso se candidata. E assim a jovem começa a trabalhar ali, enquanto se adapta a nova realidade.
Como comentei acima, o livro não foge muito do clichê que já se espera, mas foi uma boa leitura para passar o tempo. Foi legal ver um mocinho tão fora dos padrões dos romances. Emanuel é uma pessoa bastante tímida e por ter sofrido muito bullying na infância pelo excesso de peso, ele se retraiu ainda mais. Nunca namorou e morre de vergonha de falar com alguma mulher. Mas, o que lhe falta ver em si não lhe falta a Maria, que vai fazer de tudo para ajudá-lo a sair da casca e aproveitar a vida.
O que eu gostei nessa mocinha é que mesmo vindo de uma vida luxuosa, ela não tem medo de botar a mão na massa e trabalhar. Não é daquelas personagens que são mimadas e que morrem se tiverem que gastar a unha pra isso, pelo contrário, ela tá sempre disposta a aprender o que não sabe, e por isso consegue se adaptar tão bem a vida longe da cidade.
Se tratando de um livro da Nana há muita regionalidade nos diálogos. Estamos falando de uma história ambientada no Sul do país, então tem muitas gírias e uma ambientação de cidade pequena. Eu adorei isso porque me fez sentir parte do local, e cada personagem acabou ganhando um espaço importante na narrativa, até mesmo a avó de Emanuel, que é uma senhora extremamente divertida e boca aberta.
É claro que o livro teria muito hot e aqui a autora não fugiu do convencional. Ela entrega uma tensão entre os personagens até que fofa a princípio, mas depois esquenta que é uma beleza.
No geral, A fugitiva foi uma leitura boa para passar os últimos dias de verão e me deixou até animada para voltar a ler mais nacionais.
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