Hate mail - Winter Renshaw

Campbell Wakemont foi prometida em casamento a Slade Delacourt quando eles tinham apenas oito anos. Sendo herdeiros de grandes dinastias, as famílias acreditavam que um casamento entre seus filhos iria uni-los mais ainda, e para ajudá-los a aceitar a ideia, eles incentivaram a troca de cartas entre Campbell e Slade, para que ambos pudessem se conhecer melhor.

Mas o que era para ser uma forma dos dois se aproximarem, só confirmou o quanto eles não queriam esse casamento. Ambos se odiavam e pretendiam fazer da vida um do outro um inferno se seguissem com aquela loucura. Mas o preço que envolvia cancelar os planos dos pais era muito grande, e assim Campbell se viu sem outra alternativa a não ser seguir em frente com o matrimônio.

Esse casamento tem tudo para dar errado, mas talvez seja a chance deles se conhecerem intimamente pela primeira vez. E o que eles não podem negar é que há uma atração ali prestes a explodir.

Hate Mail tem uma premissa que eu simplesmente amo: casamento de contrato. Nada melhor que acompanhar a história de um casal que se odeia, mas que por motivos alheios aos dois, eles precisam se unir em matrimônio. Sempre que uma sinopse dessa me pega, eu já espero muitas brigas, farpas e uma tensão sexual irresistível. E é bem isso que encontramos aqui em Hate Mail, pena que a autora não conseguiu conduzir o restante da história muito bem. 

O que matou essa leitura pra mim foi os 30% finais da história. Claramente a autora precisava de mais páginas para desenvolver o restante da trama, mas ela enrolou tanto no pré-casamento, que quando chegou no casamento em si, não tinha mais tempo pra desenvolver tudo. A sensação que ficou é que outra pessoa escreveu o início da história, e outra terminou. Eu queria mais. Queria ver as briguinhas do casal depois que se casassem, a convivência difícil, a tensão crepitando ali. Mas como disse, foi tudo tão rápido que da noite pro dia, os personagens se casaram e no dia seguinte já se amavam. Toda aquela expectativa quanto a esse desenrolar foi direto para o ralo. E reitero, se a autora tivesse focado mais no pós-casamento e não no pré, com certeza daria tempo de fazer tudo aquilo que ela se propôs. Ou quem sabe, dividir a história em dois livros. Acho que funcionaria também já que o que mais pesou aqui foi a falta de espaço para arrematar todos os pontos da trama.

Isso também impactou negativamente o plot twist da história. Aqui temos um vilão que surge da noite pro dia e que consegue ser derrotado de uma forma rápida e sem muita emoção. Apesar de ter achado que a autora tirou esse vilão do absoluto nada, eu achei que foi uma ótima sacada porque definitivamente o leitor não está esperando esse golpe. Só que, mais uma vez, tudo se perde quando ela resolve toda a trama rapidamente e com pouco desenvolvimento. 

O que foi bem decepcionante porque eu amo livros nessa temática e eu de fato estava adorando este. Eu achei os personagens interessantes, com uma faísca potente e que tinha muitas possibilidades na trama. O problema de tudo foi dar destaque a coisas irrelevantes e as que eram importantes, terem sido deixadas de lado. 

Com certeza é uma história que o excesso de páginas nunca foi um problema, e sim a falta de páginas a mais.

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